Existem coisas que ficam gravadas na memória da gente:
Músicas. Cheiros. E roupas.
Não tem jeito. Você sente aquele cheiro e se lembra (na
hora!) daquele abraço. Você ouve aquela música e volta – mentalmente – para
aquele dia, naquela viagem… Você abre seu armário, vê aquela blusa e –
instantaneamente – retorna dois anos, onde autografava seu primeiro livro. Ou
dava aquele beijo que tinha o gosto do som dos Stones. (Existe coisa mais
inesquecível que um beijo rock´n roll?).
É. A memória nos prega peças. E nos faz lembrar o que a
gente não quer esquecer. E – também – o que fingimos que nunca existiu.
Por isso, faço com os meus sentimentos o mesmo que faço com
os meus armários. Ao arrumá-los, defino três caixas: DESAPEGAR. TALVEZ. E
GUARDAR.
Para o que não tem preço e só nos faz bem, a regra é única
(e simples): a gente guarda, de preferência, com toda a delicadeza do mundo.
Existem coisas que valem a pena! (Mesmo que, aos olhos dos outros, estejam fora
de moda).
Com o que a gente tem dúvida – seja porque foi recente, a
oferta estava incrível e agimos por impulso – a gente coloca no TALVEZ. E
estipula um prazo para se resolver. (Se a caixa do TALVEZ crescer além da
conta, lembre-se: colecionar incertezas só nos faz mal. Portanto, analise-se. E
bote ordem na casa!).
Com o que não nos serve mais, não combina com quem somos ou
– simplesmente – não nos traz nada de bom, a dica é uma só: desapegue sem
remorsos. E deixe espaço para o novo entrar. Sem melancolias. Sem saudades. Sem
medo de ver o vazio.
Pra mim, não existe exercício mais poderoso do que o de
“deixar ir”. É difícil, mas faz um bem danado! Porque nos faz olhar pra dentro.
Nos faz encarar quem somos. E – principalmente – nos faz enxergar que mudar é a
única maneira de crescermos.
Portanto, ao arrumar suas inúmeras gavetinhas (de dentro e
de fora), tenha em mente:
GUARDE O QUE É RARO. ANALISE O QUE NÃO ESTÁ CLARO.
CUSTOMIZE O QUE É CARO. E DÊ ADEUS AO QUE PAROU DE RIMAR FAZ TEMPO.
(Fernanda Mello)
By San
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