segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

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Eu caminhava por um caminho silencioso, quando uma voz de mulher atrás de mim perguntou: — Você me conhece? Virei-me devagar, encarando aqueles olhos profundos que carregavam o frescor de uma manhã com orvalho, e respondi: — Não me lembro do teu nome. Ela sorriu com serenidade e disse: — Eu sou aquela tristeza que, há muito tempo, você carregava no peito. Fiquei em silêncio, sentindo uma onda de lembranças atravessar minha mente. Então, perguntei: — E aquela carga imensa de lágrimas, onde está? Ela apenas sorriu novamente, e naquele gesto, compreendi: suas lágrimas haviam aprendido a falar a linguagem dos sorrisos. Com um olhar profundo, ela me lembrou: — Você jurou que me guardaria para sempre. Senti um peso de vergonha nas palavras que brotaram da minha boca: — É verdade… mas os anos passaram, e eu mudei. Segurei sua mão entre as minhas, com um misto de saudade e gratidão, e disse: — Mas você também mudou. Ela então me olhou com uma paz que aquecia o peito e respondeu: — Sim… o que um dia foi tristeza, agora é paz. E, naquele instante, eu entendi que até a dor mais profunda pode se transformar, se permitirmos.🙏

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