Capítulo 57

As Pegadas Ocultas de Tartaria.

Ao atravessarem o portal de Orhelem, Clara e Miguel foram conduzidos a uma sala de registros esquecidos no éter da Terra — um espaço entre o tempo linear e o tempo cósmico. Ali, paredes de luz pulsavam códigos geométricos dourados, revelando civilizações que haviam sido apagadas da história oficial. No centro da sala, surgiu uma projeção holográfica: mapas, cidades e estruturas que pareciam pertencer a um mundo que a humanidade não reconhecia. Era Tartaria — uma civilização avançada, cuja existência fora obscurecida pelos véus da ilusão de Maia.

— “Tudo que te ensinaram sobre o passado é uma versão distorcida... Olhem além do véu...” — sussurrou uma voz feminina, que emanava dos campos quânticos do local.

Tartaria não era apenas uma civilização terrestre. Ela representava uma ponte entre os mundos materiais e os mundos sutis. Seus templos de cúpulas douradas, antenas etéricas e torres ressonantes captavam energias cósmicas, transformando-as em abundância, harmonia e expansão para todos. A engenharia tartariana manipulava campos eletromagnéticos e som harmônico. Suas cidades eram desenhadas em padrões geométricos sagrados, gerando equilíbrio vibracional não só na matéria, mas também nos corpos energéticos dos habitantes.

— “Eles conheciam os segredos dos éteres, das águas vivas, do plasma e do som... Tartaria era um fractal da harmonia universal projetado na Terra.” — explicou Auralis, uma mestra tartariana, que agora surgia na projeção.

Mas como uma civilização tão avançada desapareceu? — “Não desapareceram... Foram ocultados. Fragmentados nos registros da Terra, deslocados por manipulações dimensionais. Seus descendentes guardam em seu DNA os códigos da reconstrução.”

Clara tocou no Livro Vivo, anotando cada revelação. As frases surgiam quase sozinhas, como se o livro respirasse sabedoria:

— “Quando as torres tocavam o céu, a Terra vibrava em canções de luz...”
— “O que foi separado agora será reunido...”

O Chamado das raízes ocultas.

Os guardiões seguiram então até os resquícios energéticos de uma antiga cidade tartariana, agora invisível aos olhos comuns, mas ativa nas dimensões sutis da Terra.

Ali, encontraram câmaras de cristal subterrâneas — verdadeiras bibliotecas de plasma, guardando registros holográficos do funcionamento das torres de energia, das naves atmosféricas e dos portais intradimensionais usados por Tartaria.

As estruturas estavam vivas. Flores cósmicas, semelhantes a lótus etéricos, cresciam flutuando no ar. Raízes luminosas conectavam o subsolo ao céu, passando por cristais pulsantes que funcionavam como nós de uma imensa rede planetária.

— “A Terra sempre foi um planeta de pontes... Entre o céu e a matéria, entre o visível e o invisível...” — comentou Miguel, observando a pulsação dourada que atravessava o solo.

No centro da cidade energética, uma cúpula se abriu, revelando um mapa estelar. Nele, linhas de conexão uniam Tartaria às civilizações de Marte, Vênus e dos mundos intraterrenos.

— “O que vocês chamam de passado, é apenas uma dobra no tempo...” — disse Auralis, entregando a Clara um cristal translúcido em forma de flor cósmica. — “Este é um mapa vibracional. Ele os levará ao próximo destino...”

As palavras se inscreviam no livro:

— “As civilizações esquecidas não morreram. Elas aguardam ser reativadas no coração dos que despertam.”

E, assim, o caminho se abriu. O próximo portal pulsava, aguardando os passos dos guardiões rumo aos mistérios que ainda estavam por ser revelados...