
Estou aqui! Alguém pode me ouvir?
Era possível ouvir minha voz se completando num eco. Gritei mais uma vez. Mais duas. Nada. Será que ninguém viu a cena que eu fiz? Ninguém pode compreender os meus atos? Minhas falas tão bem formadas? Ninguém?
E grito mais uma vez.
A solidão é uma companhia calada, admito. As paredes do meu quarto me encarando. Não há nada. Só uma menina desesperada por atenção. Se ninguém ao menos pode me ouvir como posso ter a audacia de desejar que leiam meus olhos?
Ninguém jamais conseguirá os ler!!!
Então os próprios se enchem de lágrima, seria fácil agora, chega a estar berrante. Mas ninguém está quando eu choro. Quando quebro todas as defesas, todas as enganações comigo mesma... Ninguém vê! Só a solidão...Que agora apoia a mão no meu ombro e me segura pelas mãos.
Não adianta gritar, diria ela se pudesse se expressar, estou aqui. E mais uma tarde se passa. Nada muda. A mesma cena. A mesma platéia. Minha vida toda, assim.
A vida inteira é a solidão na compania da multidão. Rostos fechados muitas das vezes às apalpadelas denro da própria consciência. à procura de quem somos fechados dentro de um protecção a que chamamos delicadamente corpo e a nosssa mente não chega a ninguém, nem mesmo aos nossos queridos. Parabéns pela escrita e pela boa escolha de musica.
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