Thalhar — O Planeta-Escola das Memórias Sagradas.
Clara e Miguel chegaram guiados por uma ponte luminosa que se curvou como uma espiral de energia delicada. Assim que tocaram o solo de Thalhar — feito de uma substância cristalina que vibrava em tons âmbar e violeta — sentiram o corpo se alinhar com o plano da verdade sutil. Não havia mentiras ali. Não porque fossem proibidas, mas porque a verdade era o único idioma possível.
Os Al'muriah — Guardiões das Códices Vivos
Foram recebidos por seres altos, esguios, de pele dourada translúcida e olhos galácticos que continham o reflexo de estrelas ancestrais. Chamavam-se Al’muriah, a raça dos "tecelões da essência". Esses seres haviam escolhido habitar Thalhar para preservar os Códices Vivos: livros que não contavam histórias, mas transmitiam experiências inteiras — como se ao tocá-los, vivências de civilizações inteiras fossem sentidas no corpo. Cada Al’muriah era também uma biblioteca. Seus corpos armazenavam memórias coletivas, suas palavras acendiam geometrias, e seus cantos podiam reverter fragmentações de alma.
Miguel foi conduzido ao Códice do Fogo Interno. Clara ao Códice do Amor Atemporal.
Ela escreveu em seu Livro Vivo:
“Os verdadeiros livros não têm páginas. Têm pulsações.”
Templos da Harmonia Interior.
Thalhar era repleto de templos vivos. Não feitos de pedra, mas de consciências arquitetônicas que cresciam como seres vivos. Havia templos que cantavam ao pôr do sol, outros que flutuavam durante o sono dos visitantes, sintonizando os corpos às oitavas superiores.
Nos Templos da Harmonia Interior, humanos e estelares estudavam juntos. A energia era tão pura que pensamentos eram curados apenas ao serem escutados. Os guardiões aprendiam sobre a arte da alquimia vibracional, a cura por consciência, e a expansão por compaixão profunda. Havia câmaras em que se via o passado das galáxias... e outras onde se viam futuros prováveis — porém, apenas se o coração estivesse em perfeita transparência.
O Coração Cristalino de Thalhar.
No centro do planeta havia um coração pulsante: um cristal multifacetado que batia como um tambor silencioso, alimentando o campo energético de todo o planeta. Dentro dele, os fragmentos da verdade cósmica se organizavam como padrões sagrados. Clara tocou sua superfície e viu um de seus próprios futuros: ela, como mestra interestelar, guiando seres de mundos recém-despertos. Miguel, ao seu lado, já não tinha apenas forma humana, mas se tornava um canal puro da essência solar.
Foi ali que uma nova missão lhes foi entregue: preparar os portais para a unificação dos registros vivos das galáxias. A Biblioteca Universal precisava de novas chaves, e Thalhar era uma das grandes guardiãs.
E então… um novo sussurro cósmico se fez ouvir.
Na profundidade das esferas vibracionais, um chamado partia de um lugar ainda mais distante — Ormuhr, uma constelação esquecida que abrigava realidades paralelas e povos antigos com sabedoria sobre a criação dos próprios multiversos.
Mas antes, os Al’muriah pediram:
— "Voltem a Thalhar quando suas auras forem arco-íris. A próxima verdade será entregue apenas aos que já forem parte da própria resposta."
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