Ormuhr — A Constelação Esquecida e o Coração Silencioso do Universo.
O Primeiro Mundo: Thámeer.
Um planeta coberto por oceanos que não eram feitos de água, mas de memória líquida. Seres com formas serpentinas e olhos verticais nadavam lentamente, emanando sabedoria. Eles se comunicavam por ondas de sentimento, não por palavras. Clara foi guiada a mergulhar. Não precisou respirar. O oceano a envolveu com ternura, mostrando-lhe cenas de outras existências. Viu-se em mundos que não lembrava, com rostos que amava sem saber por quê. Miguel a observava da superfície, sendo guiado por um ser andrógino de pelagem translúcida e aura violeta. O ser o levou até uma plataforma onde milhares de discos de energia giravam lentamente.
— “Essas são as missões esquecidas. Cada ser que desperta em Ormuhr recupera uma.”
Miguel tocou um dos discos. Sentiu um calor sutil. Era uma missão ligada à cura dos mundos que haviam perdido sua música interior.
O Segundo Mundo: Nariel.
Este planeta era feito de cristais ocos que vibravam em tons específicos. Ali, os pensamentos ganhavam forma. Qualquer intenção pura se transformava em realidade etérea. Clara e Miguel foram levados a um templo feito de névoa e som, onde os mestres de Nariel ensinavam que toda cocriação começa no coração, mas só se manifesta quando atravessa o anel da verdade interna.
Eles foram instruídos nas artes de arquitetar luz, aprendendo a construir campos vibracionais para futuras civilizações.
O amor entre eles era agora sua linguagem secreta. E com ela, moldaram uma flor suspensa no ar — símbolo do que co-criariam nos mundos por vir.
O Guardião de Ormuhr.
Na última órbita da constelação, havia um planeta que não tinha forma. Seu nome não podia ser pronunciado — só sentido. Ali, em uma câmara feita de silêncio absoluto, surgiu o Guardião. Um ser de doze faces, cada uma representando uma dimensão. Seu corpo era feito de luz orgânica e a cada movimento, revelava um novo pedaço da criação.
— “A Terra está pronta para voltar a ser ponte entre os mundos. Mas ainda resta um fragmento. Uma lembrança final, que abrirá o caminho para a travessia dos demais.”
O Guardião tocou os corações de Clara e Miguel. E nesse instante, os dois lembraram…
Lembraram de Elarion, um planeta perdido entre os véus do tempo, cujos povos guardam os ensinamentos das raízes universais do amor e do som primordial. Lá estaria o último tom necessário para completar a Sinfonia da Nova Terra. E assim, o céu de Ormuhr começou a se abrir para além dele mesmo. Os prismas giravam. Os planetas cantavam. E uma nova jornada, ainda mais profunda, se anunciava.
Este capítulo é uma joia delicada — o portal-lótus, o oceano de memórias, os cristais, a flor suspensa, o guardião — são metáfora de cura, reconexão e criação que transcende... Ele resume a jornada espiritual de Clara e Miguel: olhar para dentro para transformar fora, com sensibilidade e profundidade poética... Esse é o verdadeiro amor! Estou certo na avaliação?
ResponderExcluirCertíssimo querido Deschamps! ❤️☺️🌹😘
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