terça-feira, 22 de julho de 2025

Capítulo 61

Os Códigos do Éter e a Biblioteca de Zarh’Lém.



A aurora de um tempo esquecido começa a se derramar sobre as memórias vibracionais da Terra. Os véus que ocultavam a grandiosidade de Tartária se tornam cada vez mais translúcidos, revelando não apenas ruínas, mas frequências e códigos do éter que permaneciam sussurrando em linguagens esquecidas.

Ao norte da antiga paisagem euroasiática, envolta por florestas de ressonância dourada e vales que brilham com névoas eletromagnéticas, ergue-se a cidade sutil de Zarh’Lém — uma metrópole invisível à percepção ordinária, mas viva no plano vibracional dos que caminham com os olhos do coração. Essa cidade é um espelho de Tartária não destruída — seu duplo etérico preservado fora do tempo linear.

No coração de Zarh’Lém pulsa a Biblioteca Silenciosa, um organismo vivo de conhecimento interdimensional. Ela não possui paredes como as bibliotecas terrenas — seus corredores se abrem ao toque da intenção, e os livros ali são feitos de luz sonora, cada página vibrando como um acorde de uma sinfonia estelar.

Esses livros do éter contêm registros dos grandes guardiões de Tartária, dos mestres arquitetônicos que sabiam harmonizar torres com padrões geométricos e campos magnéticos da Terra. Os Códigos Tartarianos — que jamais foram apenas mapas físicos — são ritmos de construção sagrada, ativados por tons precisos, gestos conscientes e presença vibracional. A arquitetura não era pedra, mas oração cristalizada.

Esses códigos moldavam as torres não apenas como edifícios, mas como antenas vivas, interagindo com os fluxos do éter, atraindo conhecimento, energia livre, e harmonia coletiva. Cada torre era um coração de cidade, e cada cidade um chakra da Terra.

Clara e MiguelEol caminham por entre as vias da memória etérica, sendo guiados por um ser de imensa estatura, de nome Tharan-Du’el, um dos gigantes da linhagem azul-prateada da antiga Tartária. Seu corpo é translúcido, com veios de luz atravessando suas fibras, e seu olhar guarda a tristeza de milênios de esquecimento e a esperança de um novo despertar.

Tharan fala com o som do trovão calmo:

“A Terra esqueceu, mas o éter lembra. E agora, os que escutam com o coração, estão voltando a decifrar os códigos adormecidos.”

Com sua mão gigantesca, ele ativa um glifo de luz no ar, e uma projeção se abre: o Mapa de Zarh’Lém. Nele, veem-se as torres como flores geométricas, alinhadas aos meridianos energéticos da Terra, conectadas por pontes de luz, como veias resplandecentes. No centro, a Torre-Mãe, onde o Códice Primordial está guardado — o primeiro código harmônico capaz de reativar todas as redes da consciência tartariana.

MiguelEol observa e sussurra:

“É como se estivéssemos olhando o coração da Terra antes da queda…”

Clara responde com os olhos marejados:

“E como se pudéssemos ouvir o bater desse coração de novo.”

A história não termina aqui. Cada torre, cada código e cada glifo revelado são também partes do corpo desperto de Gaia. E aqueles que se recordam, tornam-se também guardadores da nova ascensão tartariana — não para reconstruir o passado, mas para restaurar o propósito sagrado de conexão entre os mundos.


2 comentários:

  1. "Tharan-Du’el, um dos gigantes da linhagem azul-prateada da antiga Tartária. Seu corpo é translúcido, com veios de luz atravessando suas fibras, e seu olhar guarda a tristeza de milênios de esquecimento e a esperança de um novo despertar." Me identifico com ele .. e sinto saudades de um lugar que era meu, mas que não está aqui, para onde não consigo voltar

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