terça-feira, 22 de julho de 2025

Capítulo 62

A Reativação da Torre Solar e o Portal de Retorno.


A noite havia se tornado translúcida. Sobre a antiga região onde hoje repousa a memória urbana esquecida, Clara e Miguel estavam diante da base adormecida da Torre Solar, um dos últimos pontos vibracionais tartarianos não completamente soterrados pelo esquecimento.

A estrutura, invisível aos olhos comuns, parecia apenas uma colina irregular com árvores fincadas no topo. Mas Tharan-Du’el havia revelado que ali ainda repousava o núcleo energético de uma torre viva. E nela estavam inscritos os códigos do éter, fragmentos de uma linguagem primordial que agora eles aprenderiam a cantar com o corpo, com a alma, com a vibração.

Tharan, o Gigante, ajoelha-se ao redor do centro geométrico onde um antigo símbolo — agora desperto — começa a brilhar no solo: 𓂀, o Olho Cósmico, marca da vigília eterna. Ao redor dele, surgem outros signos, flutuando no ar como partículas de luz:

  • – o Portal entre Realidades
  • – a Centelha Luminosa da Fonte
  • – o Triângulo da Sabedoria Silenciosa
  • 🜂 – o Fogo que Transmuta
  • – o Círculo Uno de Unidade
  • 🜄 – a Água que Guarda a Memória
  • – a Eternidade sem tempo

Cada símbolo emite um som harmônico, um tom sutil e preciso, ressoando nas fibras de tudo ao redor. MiguelEol se ajoelha, sentindo seu peito vibrar com a frequência do fogo: 🜂. Clara ergue as mãos, dançando levemente, invocando a memória guardada na água: 🜄. Juntos, sem palavras, começam a ativar os caminhos simbólicos dentro deles mesmos, conectando seu ser ao padrão original da Torre.

Tharan traça no solo com o dedo um glifo espiralado. No centro, deposita um pequeno cristal âmbar que começa a pulsar. O chão vibra. O ar se torna azul. Uma torre de luz invisível se ergue aos poucos, revelando suas camadas geométricas sagradas. Ela não é feita de matéria, mas de som e forma. Cada símbolo encontrado anteriormente encaixa-se como engrenagens etéricas de um relógio divino, movendo o tempo esquecido.

Uma espiral dourada desce dos céus — o Portal de Retorno — e se alinha com a torre ativada. O símbolo brilha no topo, indicando que o ciclo se reinicia. Mas não como uma repetição — como um novo nível da espiral ascendente da Terra.

Tharan sorri, lágrimas de luz descendo por seu rosto vasto:

“Agora o som voltou. As torres falarão novamente. E quando todas forem reativadas, o véu será dissolvido por completo.”

Clara toca o solo e sente a vibração chegar aos seus ossos. Ela sussurra: “Esta torre somos nós. Cada símbolo estava adormecido dentro de nós.”

Miguel completa: “E agora... cada passo é um portal.”

A torre permanece ali, invisível aos olhos distraídos, mas viva, pulsante. Um novo ponto de ancoragem para a consciência tartariana na Terra atual. E assim, a próxima fase se aproxima.


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