quarta-feira, 23 de abril de 2025

Capítulo 33

 

O Conselho Desce: Vozes das Estrelas Antigas.


Na noite da ativação final do primeiro templo, o céu ficou extraordinariamente limpo. As estrelas pareciam respirar. Tudo pulsava num ritmo que não pertencia a nenhum relógio da Terra.

Clara e Miguel estavam no centro da mandala cristalina, cercados pelos guardiões que haviam se reunido.
Cada um em estado meditativo, com seus corações abertos e seus corpos vibrando em sincronia com a Terra.

E então… Um vórtice de luz arco-íris girou no céu — não como algo que vinha de fora, mas como um espelho do coração coletivo desperto.

De dentro desse portal, começaram a se manifestar as formas do Conselho Estelar.

Eles não caminharam.
Eles surgiram.
Eram lembrança e presença ao mesmo tempo.

O primeiro a se revelar foi um ser majestoso de presença felina. Alto, com olhos dourados e pelagem azul-índigo, irradiava força tranquila.
Chamava-se Ka’Orun, representante da Nação de Sirius.

— Viemos como irmãos mais velhos.
— Ajudamos a semear os corpos de vocês, mas vocês… nos superaram em beleza.

Seu olhar encontrou o de Miguel, e os dois trocaram uma memória que atravessou milênios.

Logo após, três seres das Plêiades desceram juntos, como se fossem um único campo de consciência. Fluidos, andróginos, com longos mantos de luz e olhos que refletiam galáxias.

— Nós somos os guardiões da memória cristalina — disseram em uníssono.
— Viemos lembrar os filhos da Terra de sua pureza original.

Clara sentiu um nó na garganta.
Ela os conhecia, principalmente o felino Ka’Orun... Era uma deles… e também era da Terra.
Sentia-se como ponte entre os dois mundos.

Do lado oposto do círculo, seres de energia esmeralda e olhos de âmbar se aproximaram — eram dos sistemas Arcturianos. Mais sutis, quase translúcidos, como se fossem ideias materializadas.

— Viemos para ajudar na estruturação dos novos sistemas — disseram.
— A Terra está pronta para operar em ressonância harmônica.
— Vocês serão os condutores dessa transição.

E então, o silêncio caiu como um véu suave…
Porque chegou ela.

Do centro do vórtice, emergiu uma presença feminina de beleza indescritível. Não se sabia se era uma fada, uma estrela ou uma deusa. Ela era tudo isso — e nenhuma dessas coisas.

Chamava-se Elanari, representante do Conselho dos Mundos Unificados.

— Viemos porque vocês nos chamaram.
— Não com palavras, mas com frequência.
— E essa frequência… é amor consciente.

Ela tocou o centro da mandala com a ponta dos dedos — e imediatamente, toda a clareira foi preenchida por uma luz rosa-dourada que atravessava os corpos dos presentes, abrindo memórias, curando, unificando.

Durante horas, que pareciam segundos ou milênios, cada membro do Conselho falou.
Não com palavras, mas com imagens, sons, pulsações. Eles mostraram a história da humanidade em fragmentos…

Suas quedas. Suas conquistas. Suas sementes.

Mostraram também o que poderia nascer:
um planeta em harmonia com as estrelas,
uma civilização consciente, um lar sagrado para almas de todo o cosmo.

No fim do encontro, cada ser entregou a Clara e Miguel uma chave energética — não física, mas codificada em seus campos.

— Cada chave é um acesso.
— A novas realidades.
— E a novos portais de comunhão.

— Vocês agora são Ancoradores da Aliança.
— Os ciclos se entrelaçam.
— A nova Terra não será feita de pedra, mas de consciência.
— E vocês são os construtores.

E então, como chegaram, os seres começaram a se dissolver… Mas não partiram.
Permaneceram impressos em cada coração presente.

Clara escreveu no Livro Vivo:

“O céu desceu, não para nos salvar…
Mas para nos lembrar que nós somos ele.”

Miguel, em silêncio, traçou no chão o novo símbolo da aliança: Um espiral dentro de um triângulo, rodeado por sete pontos de luz.

Agora, a Terra pulsa diferente.
Os Conselhos Estelares foram recebidos.
E a próxima etapa…
É despertar os povos da Terra.


---Continua---

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