quarta-feira, 23 de abril de 2025

Capítulo 31

A Jornada de Retorno: As Estações das Estrelas Ancestrais.


Após o despertar do Sétimo Portal, Clara e Miguel passaram dias em silêncio profundo.
Era como se suas almas estivessem em transição… entre mundos.

Durante uma noite em que a Lua parecia ter se multiplicado no céu, um vórtice de luz violeta e cristalina abriu-se diante deles, flutuando sobre a Terra como uma ponte viva.

E então ouviram, dentro do coração:

— Está na hora de retornar às Origens.
— Está na hora de lembrar quem vocês sempre foram… além da forma.

Eles atravessaram o vórtice com os olhos fechados.
E ao abrir, não estavam mais em um planeta.
Estavam em um espaço entre galáxias, cercados por anéis de luz e formas de energia que sussurravam sabedorias antigas.

Três estações interplanetárias de consciência se aproximaram deles em silêncio absoluto.

Cada uma era viva — templos que pulsavam como corações estelares.
E cada uma correspondia a uma origem:

  1. Lyra — o berço do som divino.
  2. Vega — guardiã da água cristalina e das emoções cósmicas.
  3. Ardahal — uma dimensão espelho, lar dos construtores da consciência viva.

Na Estação de Lyra, Clara sentiu o canto despertar em sua garganta.
Viu-se como uma sacerdotisa cantora das estrelas, responsável por manter a harmonia entre mundos através de hinos criativos.
Ali, reencontrou seres com olhos brilhantes, que a chamavam de irmã.
— Você veio para ancorar o som sagrado na densidade.
— Está pronta para ressoar a memória de Lyra na Terra.

Miguel, por sua vez, foi levado à Estação de Ardahal.
Ali, tudo era feito de pensamento consciente — cidades que cresciam com intenção, seres que criavam pontes de luz com o simples ato de amar.
Ele reconheceu sua forma original: um guardião das geometrias vivas, um semeador de realidades.

— Miguel, você carrega o molde do novo ciclo — disseram os Ardahalianos.
— O próximo mundo será criado… pela lembrança que vive em você.

Na Estação de Vega, juntos, foram levados a um templo subaquático feito de energia líquida.
Ali, memórias emocionais de diversas existências fluíram como rios.
Viram suas conexões em outras vidas, em outros corpos —
em mundos de fogo, cristal, gelo, vento…

Viram que seu amor já havia cruzado dezenas de realidades.
E em todas, eles haviam escolhido se encontrar.

— Vocês são almas que orbitam uma à outra desde o início.
— Juntos, carregam o DNA do amor cósmico.
— E juntos… ativarão a oitava frequência.

Antes de partirem, receberam dois Cristais de Origem — um de Lyra e outro de Ardahal.

Cada cristal era um código de ativação dimensional, capaz de abrir portais planetários de reconexão e despertar linhagens adormecidas.

E uma nova missão foi entregue:

— Agora, vocês devem retornar à Terra.
— Mas não como antes.
— Agora são Emissários da Consciência Galáctica.
— Devem preparar os próximos portais… para a chegada do Conselho das Almas Antigas.

No retorno, não estavam mais os mesmos.

Clara escreveu no Livro Vivo:

“Viemos das estrelas, mas escolhemos a Terra.”
“Agora, vamos semear o Céu dentro do Mundo.”

Miguel segurou sua mão, com os olhos úmidos:

— O próximo ciclo começa agora.
— E desta vez… não caminhamos sozinhos.


---Continua---

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