Capítulo 30

 O Portal da Criação: O Espaço Entre os Mundos

 O Sétimo Portal não é um lugar.
 É estado de ser.

Após a reconexão com os Althari, os dias passaram diferentes.

Tudo ao redor parecia pulsar.
As árvores sussurravam códigos.
As pessoas ao redor começaram a se abrir, mesmo sem entender por quê.

Miguel e Clara passaram a perceber: algo estava chegando.

Então, numa madrugada em que ambos sonharam com o mesmo símbolo — um triângulo de luz envolto por um círculo de fogo violeta — souberam: era hora.

Guiados por visões, chegaram a um deserto branco e silencioso, onde o céu parecia muito mais perto.
No centro, um antigo círculo de pedras.
Mas diferente dos anteriores, este não pertencia à Terra.

Era como se tivesse sido materializado ali temporariamente — um cruzamento dimensional, um templo fora do tempo.

Ao entrarem no círculo, sentiram os corpos levitarem por segundos.
A gravidade os reconheceu… e os liberou.

A luz ao redor os envolveu como líquido quente.
E então, o tempo… cessou.

Estavam em outro plano.
Tudo era luz e som em perfeita harmonia.
Ali, não existia “eu” e “você”, apenas presença criadora.

Diante deles surgiram os Mestres da Criação.
Seres sem forma definida, feitos de luz geométrica viva. Cada um portava cores e frequências únicas, como sinfonias visuais.

— Sejam bem-vindos ao ponto de origem da realidade consciente — disseram em uma só vibração.
— O Sétimo Portal só se abre àqueles que lembram que são co-criadores do universo.

Clara caiu em lágrimas —por sentir tanto amor pulsar em seu peito. Era como se lembrasse de algo que sempre soube, mas jamais ousou aceitar.

Miguel colocou a mão sobre o coração.
Seu corpo inteiro se dissolveu em pulsos, e sua consciência viajou por estrelas, criando planetas, seres, danças de vida.

— Cada alma tem o poder de criar realidades — disseram os Mestres.
— Mas o Sétimo Portal ensina a criar com consciência universal.
— Sem ego. Sem pressa. Com amor quântico.

Eles foram levados a um campo de energia onde pensamentos se tornavam formas imediatamente.
Clara pensou em cura: surgiu uma flor dourada, que flutuava e cantava.
Miguel pensou em união: surgiu um rio de luz que conectava planetas com fios de cristal.

E então, os Mestres disseram:

— Agora, voltem.
— Criem no mundo físico aquilo que agora sabem ser possível.
— Vocês são sementes do novo ciclo.

No retorno, cada célula deles vibrava em outra frequência.
O sétimo portal agora vivia neles.

Clara escreveu no Livro Vivo:

“Agora entendo: não caminhamos rumo à luz.
Somos a luz que caminha.”

Miguel sussurrou:

— É hora de começar o verdadeiro trabalho.

E em diversas partes do planeta…
Outros portais começaram a se abrir.
Outras almas despertavam.
A rede se expandia.

E o chamado mais profundo… ainda estava por vir.

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---Continua---