terça-feira, 19 de agosto de 2025

Tentando decifrar o indecifrável...


Não sei onde começa o real.
Talvez ele esteja escondido
na fresta entre dois pensamentos.

O que existe é um intervalo.
O instante que não se deixa segurar,
o agora que me escapa
mesmo quando o seguro.

Sinto que sou maior do que o corpo
e menor que um grão de poeira.
Paradoxo: sou nada e, ainda assim, transbordo.

O mundo não me responde.
E é nessa falta de resposta
que descubro o mistério.

Existe em mim uma sede antiga,
uma saudade que não sei de quê.
Como se viesse de estrelas
que já morreram —
e, no entanto, continuam a brilhar.

Talvez eu seja isso:
um eco do infinito
em carne frágil.


Poema By 💞San💞



2 comentários:

  1. Esse texto / poema é lindo, tocante, emocionante. Em especial me tocou o final, com o qual me identifiquei totalmente. Realmente este poema está ao nível daquilo que de melhor já foi escrito em toda parte, em todos os tempos. E este final realmente é lindo, onde diz:

    "Existe em mim uma sede antiga,
    uma saudade que não sei de quê.
    Como se viesse de estrelas
    que já morreram —
    e, no entanto, continuam a brilhar.

    Talvez eu seja isso:
    um eco do infinito
    em carne frágil."

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