quinta-feira, 17 de abril de 2025

Capítulo 13 — O Lugar Onde o Tempo Para...

--- O símbolo agora estava completo no diário de Clara. Três pontos conectados em perfeita harmonia. O terceiro os levava a um lugar isolado, nas montanhas do sul, acessível apenas por trilhas estreitas e mapas desenhados à mão. Os moradores da região o chamavam de O Coração da Terra. Poucos sabiam onde era. Menos ainda, por que existia. Miguel e Clara caminharam por horas sob um céu acinzentado. Quando chegaram, encontraram uma clareira circular cercada por pedras erguidas — antigas, como se estivessem ali desde antes do tempo. No centro, uma fogueira apagada, com cinzas ainda mornas. — Parece que alguém esteve aqui — Miguel murmurou. — Ou talvez... nós mesmos. Em outro tempo — respondeu Clara. Assim que cruzaram o círculo de pedras, uma brisa quente percorreu seus corpos. Os relógios pararam. Literalmente. O tic-tac cessou, e o silêncio era diferente de todos os que já haviam escutado. Não era vazio — era pleno. No centro da clareira, havia dois assentos esculpidos na rocha, um de frente para o outro. Quando se sentaram, o espaço ao redor pareceu respirar. A luz mudou. E então, a visão começou. Eles não estavam mais ali. Estavam em outros lugares, ao mesmo tempo. Vestidos com roupas de séculos distintos, encontrando-se sob luas e sóis diferentes. Sentindo o mesmo arrepio, os mesmos olhos, as mesmas mãos se tocando com reverência. Eles se viram em desertos, florestas, palácios, aldeias… promessas feitas com os olhos, com o toque, com a ausência. E por fim, viram-se ali, agora — no presente. As imagens sumiram. E só restou o agora. Miguel segurou o rosto de Clara. — Nós sempre nos encontramos. Ela assentiu, com lágrimas calmas. — E agora… escolhemos permanecer. Não era mais uma repetição de vidas. Era um novo começo. O símbolo completo surgiu no chão entre eles, esculpido em luz. Três pontos. Um triângulo. E no centro, o espelho de alma: o amor que acorda a missão. Naquela noite, dormiram sob as estrelas, lado a lado, como se a eternidade estivesse, enfim, em paz por tê-los unidos de novo. ---Continua---

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